sexta-feira, 23 de julho de 2010

PALAVRA (Rui Agostinho)

É hora da palavra que vale pelo que encerra,
Que guarda teu hálito, teu gosto
Que condena e que traí
Quando durmo e repito o teu nome.

Palavra, lavro a palavra,
Aquela que condena e resvala
Que passa na brecha, apertada,
Revelando o segrêdo de alguém.

Palavra,
Amaldiçôo a palavra mal dita,
Toda aquela que condena e provoca a distância
Que magôa a quem se quer bem.

Aprisiono a palavra na boca,
Prendo a danada entre os dentes,
Saboreio seu gosto amargo
Faço dela minha presa recente.

Calo a palavra, maldita palavra,
Sorvo gota a gota, nectar amargo de segrêdo e mentiras
Pra que ela não caia na boca
Nunca mais, de mais ninguém.

Palavra, louvo a palavra,
Bendigo a louca palavra,
Insana, porém liberta, sempre viva em minha mente,
Aquela que só a mim faz bem.

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