quinta-feira, 12 de agosto de 2010

BARCO, ILHA E MAR (Rui Agostinho)

O barco e a ilha,
Dois pontos distantes,
De muitas ausências,
Idas e vindas, visitas ao caís.

O barco me leva ao destino,
Mas a ilha nem sabe que eu vou.
Surprêsas reservam o mar,
Eu velejo, refém desse amor.

Levíssimo, o leme em águas fundas,
Abre fendas profundas no leito dos oceãnos.
Águas e ventos sabem dos destinos,
De caminhos e barcos, sabe o mar.

Quem sabe um dia,
Te declare a minha rota,
Minha meta, minha sina,
O meu porto final.

E te descubra em todos os fonemas,
Bandeira generosa desfraldada,
Nesta tua imensa ilha,
Onde andarilho sou.

Que bom seria,
Te eleger minha marinha.
Minha bóia, minha guia,
Na arte de navegar.

Na rota salgada e constante,
Dêsse eterno marinheiro,
Que escreve seus poemas sôbre as aguas,
Tôda vêz que tem vontade de voltar

Nenhum comentário:

Postar um comentário