terça-feira, 28 de setembro de 2010

A POESIA VIVE EM NÓS

Hoje senti saudades. De tudo e de todos me vieram lembranças. Por falar em saudade, sentimento intenso e profundo que a maioria das pessoas finge não ter, aí vai uma poesia recente.

NADA DE VOCÊ (Rui Agostinho)

Sinto um enorme vazio.
A sensação que sinto,
é aquela que acontece
quando ficamos com mêdo.

Ausência. Nada de você,
a vida de repente fica vazia,
amarga na bôca, a sensação de fracasso,
o silêncio impera dolorosamente em mim.

Sabe-se lá onde estão as lágrimas.
estão disfarçadas ?
Regando um passado que não passou ?
Ou escondidas no tempo do verbo amar ?

O valor do amor não está no tempo que êle dura,
nem em portos seguros dentro da alma,
êle está no risco dos naufrágios,
tão duvidosos e inseguros quanto a paixão.

Tudo que restou do nosso amor,
foram relíquias, guardadas no fundo de uma gaveta,
brincos, colares, presilhas, anéis,
restos de nada, trecos inúteis que ainda recordam você.

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