quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A Poesia Viva - Pra Arriète Vilela

Pessoas (Rui Agostinho)

São apenas olhos

aquêles que me olham

e não me amedrontam.

São pontas de um tempo

que não reconhece o futuro

e o passado é apenas

a geometria do escuro.

E mesmo que não conheças

o teu futuro,

deixe a mala pronta,

rasgue os rascunhos,

incinere o passado

que te incomoda.

E que tua voz esteja firme

quando deixares para trás

o rebanho que te oprime.

São apenas os olhos das pessoas

que te observam

Não juizes.

Rui Agostinho

Um comentário:

  1. "Pessoas" é um poema libertador. Parabéns por criá-lo. Já tem uns três anos que descobri essa pérola e volta e meia torno a lê-lo. Muito bom Rui Agostinho.

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