UMA DOSE DA POESIA SEM RIMA (Rui Agostinho)

POEMA SEM RIMA (RUI AGOSTINHO)

CAIU O VÉU DAS VERDADES, COM CERTEZA,

O AMOR ACABOU.

TUDO PERDEU A MAGIA A TATUAGEM EXTIRPOU,

APAGOU.

COMO SE TIRA DO CÉREBRO, TANTA DOR ?

SE EXISTE UM PEDAÇO DE MIM

QUE AINDA ACREDITA NO AMOR !

                                                                                          

ACABOU PORQUE NÃO RESISTIU

AO CIÚME, AO DESENRÊDO

DE UMA VIDA A DOIS, PENSAMENTO EM COMUM.

DO É,  NÃO É, DO DEVO, NÃO DEVO,  PODE NÃO PODE.

DO OFÍCIO, DO BOLE-BOLE,

DO BEIJO QUE NUNCA ROLOU

SE COMPORTOU COMO UM SANTO,

SE ESQUIVOU TANTO, OBEDECEU TANTO,

NÃO FAÇO PORQUE VOCÊ NÃO QUER!

NÃO, NÃO TEVE JEITO,  SUCUMBIU

COMO QUALQUER PAIXÃO, APENAS EXISTIU.

AMOR MALTRATADO, CONTURBADO,

DA MEMÓRIA GUARDADA,  RECADOS

QUE NUNCA MAIS SERÃO RETORNADOS,

O LIXO DO AMOR, QUEM VAI RECOLHER,

POUCO IMPORTA.
QUEM NUNCA ERROU,

NÃO ESTÁ PREPARADO PARA O AMOR.