domingo, 29 de setembro de 2013

O RISCO DA PALAVRA - RUI AGOSTINHO

Quando usamos a palavra para nos dirigirmos aos nossos semelhantes, precisamos de muita atenção.Ao usá-las, dependendo da nossa intenção, daquilo que pretendemos deixar bem claro, sabido, livre de dúvidas, precisamos também, do emprego certo destas mesmas palavras. Em alguns casos, a nossa intenção real, passa despercebida, principalmente quando elas, inadvertidamente não expressam aquilo que pensamos dizer verdadeiramente. Portanto; muito cuidado ! A palavra mal usada, tanto escrita como falada, pode provocar um sentimento errôneo, dependendo de quem a ouve ou de quem a lê em um texto.
Para não correr este risco, às vezes é melhor expressar nossos sentimentos ao invés de coloca-los escritos ou verbalizados. Sobre esse risco, tentei através da poesia, mostrar erros que podemos incorrer por conta do mau uso da palavra, que é ao mesmo tempo esclarecedora, e em outras vezes, pode confundir.

                         PALAVRA  (Rui Agostinho)

É HORA DA PALAVRA, 
QUE VALE PELO QUE ENCERRA,
QUE GUARDA TEU HÁLITO, TEU GOSTO,
QUE CONDENA E QUE TRAI,
QUANDO DURMO E REPITO TEU NOME.

PALAVRA, LAVRO A PALAVRA,
AQUELA QUE CONDENA E RESVALA,
AQUELA QUE PASSA NA BRECHA APERTADA,
REVELANDO O SEGREDO DE ALGUÉM.

PALAVRA, AMALDIÇÔO A PALAVRA, 
MALDITA, TOLA, TODA AQUELA, 
QUE CONDENA E PROVOCA A DISTÂNCIA,
QUE MAGOA A QUEM SE QUER BEM.

APRISIONO A PALAVRA NA BOCA,
PRENDO A DANADA ENTRE OS DENTES,
SABOREIO SEU GOSTO AMARGO,
FAÇO DELA A MINHA PRESA RECENTE.

CALO A PALAVRA, MAL DITA PALAVRA,
SORVO GOTA A GOTA, NÉCTAR AMARGO,
DE SEGREDOS E MENTIRAS,
PRA QUE ELA NÃO CAIA NA BOCA,
NUNCA MAIS, DE MAIS NINGUÉM.

PALAVRA, LAVO A PALAVRA,
BENDIGO A LOUCA PALAVRA,
INSANA PORÉM LIBERTA,
SEMPRE VIVA EM MINHA MENTE,
AQUELA QUE SÓ A MIM FAZ BEM !

Nenhum comentário:

Postar um comentário