quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Sinfonia pro meu Rio.

Estou só e faz muito frio. A cidade aos meus pés pede socorro. Sinto-me incapaz de levantar um braço de ajuda a essa gente que vive, ama e trabalha, tem esperanças e caminha em busca de algo melhor. Afinal, eu sou um dos muitos que sairam da cidade para não ser engolido por ela. Chega a hora de retornar Maceió. A cidade me pede pra ficar. Eu quase obedeço. Não fôsse a minha família, o trabalho que me aguarda, o compromisso assumido e tôdas as pessoas a quem eu amo em Alagoas, juro que não voltaria.
Mesmo que a cidade peça socorro, num "S.O.S" constante, mesmo que o Vidigal me assuste com seu casario vertical, emitindo luzes, cristais iluminando as noites de São Conrado. Mesmo que a Rocinha alimente jovens com o vício destruidor e todas as janelas abram para a violância. Apesar do caos urbano desta cidade, ainda penso sempre em ficar. A razões são fortes. Não se trata apenas de apêgo a cidade. Elas, as razões, possuem nomes. Nomes de pessoas comuns, como aquelas que vivem em qualquer cidade do Brasil mas que despertam a minha emoção e fazem tremer o meu velho coração. Posso citar de imediato as razões sem uma ordem lógica: Vanda, Sheilinha, Ivan, Iza, Marlene, Paulinho, Ivete, Celso, Paulo Cezar, Jorge, Ivone, Alice Maria, Claudinha, Alexandre, Ivaldo, Isná, Lindinha, Geraldo, Bárbara, Sérgio, Bruno, Nadir, Jairo, Tâninha, Babí, Nilza, Rosâna, Rosângela, Neuza, Vera Lúcia (mesmo em Portugal), José Carlos (Camôa), Katia, Mônica e Luiz Carlos Patrocinio, Antônio Carlos (Toninho), Tetê, Aurinha, Regina Feltman, Leocádia, Huguinho, Massada, Toninho Capeta, Arnaldo, Dorinha, Sebastião (meu primeiro parceiro de cantorias debaixo do poste), Edson e Maria de Fatima e por fim, "a moreninha do subaco", onde ela estiver. Aquêles, a quem minha memória não alcançou, que me perdoem.
São muitas as razões para não partir, mas, parto na esperança de voltar pelo menos mais uma vêz. Se não fôr para ficar, que Deus permita que eu possa ainda passear pelas ruas do meu Rio. Por hora, estou parado aqui, na esquina do tempo !

Nenhum comentário:

Postar um comentário