quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

MEU RIO CONTINUA SENDO UMA ETERNA SINFÔNIA.

Já não estou tão só e nem faz muito frio. A cidade aos meus pés continua pedindo socorro. Sinto-me incapaz de levantar um braço de ajuda a essa gente que vive, ama e trabalha, tem esperanças e caminha em busca de algo melhor. Para mim, Copacabana, Leblon e Ipanema, são rosários de luz, sempre cuidando dêsse povo inquieto, porém feliz. Afinal, eu sou um dos muitos que sairam desta cidade para não ser engolido por ela. Mais uma vez chega a hora de retornar a Maceió. A cidade me pede pra ficar. Eu nem sei por que não obedeço. Não fôsse a minha família, o trabalho que me aguarda, o compromisso assumido e tôdas as pessoas a quem eu amo em Alagoas, juro que não voltaria.
Mesmo que a cidade peça socorro, num "S.O.S" constante, mesmo que o Vidigal me assuste com seu casario vertical, emitindo luzes, cristais iluminando as noites de São Conrado. Mesmo que a Rocinha alimente jovens com o vício destruidor e todas as janelas se abram para a violência. Mesmo com a "pacificação" de algumas comunidades, ainda falta muito para acabar com o caos urbano desta cidade, ainda assim, penso em ficar. A razões são fortes. Não se trata apenas de apêgo a cidade. Elas, as pessoas que amo, me pedem pra ficar. Elas possuem nomes. Nomes de pessoas comuns, como aquelas que vivem em qualquer cidade do Brasil mas que despertam a minha emoção e fazem tremer o meu velho coração. Posso enumera-las de imediato: Vanda, Sheilinha, Ivan, Iza, Marlene, Paulinho, Ivete, Celso, a eterna lembrança Paulo Cezar, Tia Elza, Jorge Taveira, Ivone, Alice Maria, Claudinha, Alexandre, Ivaldo, Isná, Lindinha, Geraldo, Bárbara, Sérgio, Bruno, Nadir, Geraldo, Jairo, Tâninha, Babí, Nilza, Rosâna, Rosângela, Neuza, Vera Lúcia (mesmo em Portugal), José Carlos (Camôa), Kátia, Mônica, Tânia, Márcia e Luiz Carlos Patrocinio, Antônio Carlos (Toninho), Tetê, Aurinha, Regina Feltman, Leocádia, Huguinho, Massada, Toninho Capeta, Arnaldo, Dorinha, Sebastião (meu primeiro parceiro de cantorias debaixo do poste), Edson e Maria de Fatima e por fim, "a moreninha do subaco", onde ela estiver. Aquêles, a quem minha memória não alcançou, que me perdoem.
São muitas as razões para não partir, mas, parto na esperança de voltar pelo menos mais uma vêz. Se não fôr para ficar, que Deus permita que eu possa ainda passear pelas ruas do meu Rio. Por hora, estou parado aqui, na esquina do tempo e te dedico esta minha poesia que virou samba através da melodia de Ybis Maceióh !

ESQUINAS DO TEMPO (Rui Agostinho)

Me ví parada alí,
Na esquina do tempo.
Lembrando, revendo,
Passado e presente,
Tudo de uma só vez.

Dos dias de juventude,
Me veio a lembrança do amor,
Das noites de descoberta,
Nas madrugadas do Rio.

Mourisco, Vista Chinesa,
Castelinho, Igreja da Penha
Alto das Laranjeiras,
Lugares por onde andei.

Memória não falta
Dos beijos e amassos,
Na gafieira da Lapa,
Quando paguei pra dançar.

Talvez numa noite dessas,
Num sono muito profundo,
Num vai e vem meio absurdo,
Misture passado, presente e futuro

É tudo tão perfeito no meu Rio,
Da Pedra da Gávea ao Leblom,
Do Morro da Urca ao Redentor,
Que me perco nesta linda simetria,
Desordenada do amor.

É tudo tão perfeito no meu Rio....

5 comentários:

  1. Olá,meu grande irmão,Rui Agostinho.
    Feliz com essa parceria e essa iluminada homenagem ao nosso RIO DE JANEIRO.ESQUINAS DO TEMPO,breve será ouvida por muitos.Abração e muito sucesso.Ibys Maceioh.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado amigo-irmão. Conto com a sua participação constante na música e também nos momentos de amizade. Meus respeitos ao seu trabalho. Abraços

      Excluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  3. Maravilha, parceiro Rui! Escrevendo cada vez melhor! Essa parceria com o talentoso Ibys Maceió com certeza é de arrasar! Abração!

    ResponderExcluir
  4. Obrigado amigo Pompe. Sua avaliação é super importante para mim !

    ResponderExcluir